quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Entendendo a estrutura Congregacional




Em outro tempo, na aurora da Reforma Protestante, grandes homens de Deus nos foram dados, pela Graça do Senhor, para eternamente servirem o seu povo e para testemunharem da Pureza e da Simplicidade do Evangelho. Rendidos, de mente, afeições, corpo e vontade ao Senhor, estes homens hoje nos servem para contemplar o futuro da Igreja a partir de seu passado.
Sem entendermos o passado de nossa Igreja, tão rico em conteúdo reformado, jamais entenderemos o presente, deste modo, sem compreendermos o presente, nunca vislumbraremos o futuro de nossa Igreja.
É deste modo, que no transcorrer das semanas, buscaremos entender melhor nossas raízes, estrutura e história Congregacional.

O Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em que a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local, constitui-se em uma Igreja completa e autônoma, não sujeita em termos de Igreja a qualquer outra entidade senão à sua própria assembléia.

Seu Sistema de Governo:
O sistema de governo congregacional é aquele em que a Igreja se reúne em assembléias, para tratar de questões surgidas no seu dia-a-dia e tomar decisões relacionadas ao desenvolvimento de seus trabalhos. O poder maior de comando de uma Igreja Congregacional reside em suas assembléias.

Suas Assembléias de membros:
a) Assembléia Ordinária;
b) Assembléia Extraordinária;
c) Assembléia Especial.

a) Assembléia Ordinária - É aquela que é convocada regularmente para decidir sobre assuntos corriqueiros da Igreja.

b) Assembléia Extraordinária - É aquela que é convocada extraordinariamente para tratamento de assuntos urgentes, não previstos no seu dia-a-dia, e que requer da Igreja uma solução rápida.

c) Assembléia Especial - É aquela convocada para a eleição de oficiais, pastores e outros cargos eletivos da Igreja, bem como organização de Congregação e de transformação de Congregações em Igrejas.

Seus Oficiais:
A Igreja Congregacional tem as seguintes categorias de Oficiais:

a) Pastor - b) Presbíteros - c) Diáconos

a) Pastor - é o Ministro do Evangelho eleito pela Igreja para pastorear o rebanho de Deus, tendo cuidado dele, como preceitua a Palavra de Deus (At 20.28; 1 Pe 5.1-4).

b) Presbítero - é aquele oficial que é eleito pela Igreja para auxiliar o Pastor no governo espiritual da Igreja local (Tt 1.5-9; 1 Tm 5.17).

c) Diácono - é aquele oficial que é eleito para cuidar das temporalidades da Igreja especialmente dos crentes necessitados (Beneficência) (At 6.1-6).

Estrutura Eclesiástica:
Para o funcionamento adequado da Igreja Congregacional, a seguinte estrutura eclesiástica é utilizada: Na parte superior da estrutura está a assembléia de membros, órgão máximo. Logo abaixo vem o Pastorado que, por delegação, recebe da assembléia poderes para gerir a Igreja como um todo, auxiliado na parte espiritual pelos Presbíteros e parte das temporalidades da Igreja pelos Diáconos. Depois do Pastor ou Pastores vem o corpo de Oficiais, composto de Presbíteros e Diáconos, cada um com atribuições específicas. Depois, seguem-se os Departamentos e Congregações da Igreja.

Sua Estrutura Administrativa:
Por estrutura administrativa, entenda-se o funcionamento da parte ligada a área patrimonial da Igreja (móveis, imóveis, pessoas sustentadas e/ou contratadas pela Igreja, etc). No topo da estrutura aparece a assembléia, órgão máximo do regime Congregacional. Logo abaixo segue-se o Pastorado que, por delegação, é o Presidente ex-ofício da Estrutura Administrativa. Logo após, encontramos a Diretoria do Patrimônio, seguida dos Departamentos e Congregações da Igreja.

Sola scriptura!

Wollney Ribeiro
Embaixador de Cristo.
Valker Neves
Pr. da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil.

FONTES:
The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church, 2000,
SERPA, Lorena. Raízes do Congregacionalismo no Brasil, 2009.
LOPES, Eudes. Estudos Congregacionais, 2006

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O Verdadeiro Espírito do Natal


Postado por Solano Portela

A antiga revista Manchete, há muitas décadas, costumava publicar traduções semanais das colunas do jornalista-humorista Art Buchwald. Alguns anos atrás uma destas colunas foi intitulada: “Deve-se permitir, às igrejas, abrirem no dia do Natal?” Nela o autor descrevia um evento fictício no qual “um grupo de cidadãos se organizou para protestar a maneira como certas igrejas estão tentando transformar o Natal em um feriado religioso!”

O porta-voz do grupo, inventado, presta então as seguintes declarações ao Art Buchwald, na suposta entrevista: — "Bastante dinheiro, tempo e propaganda foram colocados na preparação do Natal, para deixarmos que uma pequena minoria estrague o evento usando este dia para ir à igreja. Não somos contra igrejas,” diz o personagem fictício, “mas somos terminantemente contra estas igrejas permanecerem abertas no dia dedicado ao nosso faturamento...”

Apesar da crônica estar carregada de humor, é triste verificarmos a aproximação da história narrada com a nossa realidade. O Natal tem sido distorcido e seu verdadeiro espírito esquecido. Suas bases e origens foram relegadas a um segundo plano.

Anos atrás a revista Time publicou um artigo mostrando a diferença de ênfases na celebração de Natal existente entre os dias atuais e a prática de algumas décadas passadas. Diz a revista que antigamente se pensava, nesta época, no relacionamento do homem para com Deus; enquanto que agora, pensa-se em termos do relacionamento do homem para com os outros homens. O ponto focal da história de Natal foi esquecido e este fato é refletido nas decorações e “slogans” natalinos da atualidade. Que melhor exemplo para isto do que os cartões que dizem apenas: “Boas Festas!”

Em Gálatas 4.4,5 nós lemos: “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para reunir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”. Este é o propósito real do Natal. As canções, a mercantilização e mesmo o sentimentalismo fora de Cristo, que são sinônimos desta estação, tendem a obscurecer o significado real deste dia.

O Natal é mais do que um tributo à infância ou às mães; é mais do que um curto espasmo de generosidade e de bondade; é mais do que um incentivo ao comércio e ao lucro; não é meramente uma ocasião para comidas e bebidas, festas e alegrias vazias. É possível nos envolvermos tanto com o papel, os invólucros, as fitas e os cordões, que chegamos a perder o presente real.

Deus, mandando o Seu Filho para redimir aqueles que estão sob a maldição do pecado—este é o verdadeiro milagre e o verdadeiro presente de Natal! Este é o verdadeiro espírito do Natal!

A Bíblia nos diz que o Natal é muito mais do que um congraçamento entre os “homens de boa vontade”, pois é, na realidade, “boa vontade para com os homens”, da parte de Deus. A celebração sem substância do Natal nulifica o seu verdadeiro espírito. Freqüentemente entoamos o hino natalino, “Cantai que o Salvador chegou!” Se esta canção está em nossos corações, a falta de esperança se transformará em alegria e o vazio será preenchido com vida. Não fará muita diferença se estivermos numa multidão ou sozinhos. A alegria do Senhor e as vozes dos seus anjos ressoarão em nossos corações. Isto é o que é o Natal.

Um Feliz Natal para Todos!

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com/2005/12/o-verdadeiro-esprito-do-natal.html

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

10 verdades que pregamos sobre 10 mentiras que praticamos

Sugerido pelo nosso irmão: Diego Hallen Brito (anão)

Certo pastor estava buscando levar a igreja à prática da comunhão e da devoção experimentadas pela igreja primitiva (conforme descrita em Atos dos Apóstolos). Logo recebeu um comunicado de seus superiores: “Estamos preocupados com a forma como você vem conduzindo seu trabalho ministerial. Você foi designado para tomar conta dessa igreja e a fez retroceder, pelo menos, uns 40 anos! O quê está acontecendo?”. O pastor respondeu: “40 anos? Pois então lamento muitíssimo! Minha intenção era fazê-la retroceder uns 2.000!”.

Atualmente temos acompanhado um retrocesso da vivência e prática cristãs. Mas, infelizmente, não é um retrocesso como o da introdução acima. Algumas das verdades cristãs têm sido negadas na prática. Como diz Caio Fábio, muitos de nós somos “crentes teóricos, entretanto, ateus práticos”. Segue-se uma pequena lista dos top 10 das verdades que pregamos (na teoria) acerca das mentiras que vivemos (na prática):

I - “SÓ JESUS SALVA” é o que dizemos crer. Mas o que ouvimos dizer é que só é salvo, salvo mesmo, quem é freqüente à igreja, quem dá o dízimo direitinho, quem toma a santa ceia, quem ganha almas para Jesus, quem fala língua estranha, quem tem unção, quem tem poder, quem é batizado, quem se livrou de todo vício, quem está com a vida no altar (seja lá o que isso signifique), quem fez o Encontro, etc e etc. Resumindo: em nosso conceito de salvação, só é salvo aquele que não me escandaliza.

II - “DIANTE DE DEUS, TODOS OS PECADOS SÃO IGUAIS” é o que dizemos crer. Mas, diante da igreja, o único pecado é fazer sexo fora do casamento. Quando um irmão é pego em adultério, é comum ouvirmos o comentário: “O irmão fulano caiu...”. Ou seja, adultério é visto como uma “queda”. Mas a fofoca que leva a notícia do adultério de ouvido a ouvido é permitida (embora, na Bíblia haja mais referências ao mexeriqueiro do que ao adúltero). Estar com o nome ‘sujo’ no SPC é permitido, embora a Bíblia condene o endividamento. Ser glutão é permitido, a ‘panelinha’ é permitida, sonegar imposto de renda é permitido (embora seja mentira e roubo), comprar produto pirata é permitido (embora seja crime) construir igreja em terreno público é permitido (embora seja invasão).

III - “AUTOFLAGELAÇÃO É SACRIFÍCIO DE TOLO”, é o que dizemos crer. Condenamos o sujeito que faz procissão de joelhos, que sobe escadarias para pagar promessas. Ainda assim praticamos um masoquismo espiritual que se expõe em frases do tipo: “Chora que Deus responde”; “a hora em que seu estômago está doendo mais é a hora em que Deus está recebendo seu jejum”; “quando for orar de madrugada, tem que sair da cama quentinha e ir para o chão gelado”; “tem que pagar o preço”.

IV - “ESPÍRITO DE ADIVINHAÇÃO É DIABÓLICO” é o que dizemos crer, mas vivemos praticando isso nas igrejas, dentro dos templos e durante os cultos!
- Olha só a cara do pastor. Deve ter brigado com a esposa.
- A irmã Fulana não tomou a ceia. Deve estar em pecado.
- Olha o irmão no boteco. Deve estar bebendo...
- Olha só o jeito que a irmã ora. É só para se amostrar...
- Olha a irmã lá pegando carona no carro do irmão. Hum, aí tem...

V - “DEUS USA QUEM ELE QUER” é o que dizemos. Mas também dizemos: Deus não pode usar quem está em pecado; Deus não usa ‘vaso sujo’; “Como é que Deus vai usar uma pessoa cheia de maquiagem, parecendo uma prostituta?”.

VI - “DEUS ABOMINA A IDOLATRIA” dizemos. Mas esquecemos que idolatria é tudo o que se torna o objeto principal de nossa preocupação, lealdade, serviço ou prazer. Como renda, bens, futebol, sexo ou qualquer outra coisa. A questão é: quem ou o quê regula o meu comportamento? Deus ou um substituto? Há até muitas esposas, por exemplo, que oram pela conversão do marido ao ponto disso tornoar-se numa obsessão idolátrica: “Tenho que servir bem a Deus, para ele converter meu marido”; “Não posso deixar de ir a igreja senão Deus não salva meu marido”; “Preciso orar pelo meu marido, jejuar pelo meu marido, fazer campanhas pelo meu marido, deixar de pecar pelo meu marido”. Ou seja, a conversão do marido tornou-se o objetivo final e Deus apenas o meio para alcançar esse objetivo. E isso também é idolatria.

VII - A BÍBLIA É A ÚNICA REGRA DE FÉ E PRÁTICA CRISTÃS
...Eu sei que a Bíblia diz, mas o Estatuto da Igreja rege...
... Eu sei que a Bíblia diz, mas nossa denominação não entende assim
... Eu sei que a Bíblia diz, mas a profeta revelou que é assim que tem que ser
... Eu sei que a Bíblia diz, mas o homem de Deus teve um sonho...
...Eu sei que a Bíblia diz, mas isso é coisa do passado...

VIII - DEUS ME DEU ESTA BENÇÃO!
...mas eu paguei o preço.
...mas eu fiz por onde merece-la.
...mas não posso dividir com você porque posso estar interferindo na vontade de Deus. Vai que Ele não quer que você tenha... Se você quiser, pague o preço como eu paguei.

IX - NÃO SE DEVE JULGAR PELAS APARENCIAS. AS APARENCIAS ENGANAM – mas frequentemente nos deixamos levar por elas para emitirmos nossos juízos acerca dos outros. Julgamos pela roupa, pelo corte de cabelo, pelo tamanho da saia, pelo tipo de maquiagem (ou a falta dela), pelo jeito de andar, de falar, pelo aperto de mão, pela procedência. Frequentemente, repito: frequentemente falamos ou ouvimos alguém falar: “Nossa! Como você é diferente do que eu imaginava. Minha primeira impressão era de que você era outro tipo de pessoa”.

X - A SANTIFICAÇÃO É UM PROCESSO DE DENTRO PARA FORA (é o que dizemos) – na prática não basta ser santo, tem que parecer santo. Se a tal ‘santificação’ não se manifestar logo em um comportamento pré-estabelecido, num jeito de falar, andar, vestir e de se comportar é porque o sujeito não se ‘converteu de verdade’

Fonte: www.genizahvirtual.com

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Apoio ao Rev. Augustus Nicodemus

Vamos pensar um pouco acerca do termo homofobia, como também suas implicações.

Analisando um pouco a palavra, percebemos que em si ela não quer dizer absolutamente nada. Vejamos:

homo - Elemento que significa igual, semelhante.
fobia - Receio patológico persistente; é o temor ou aversão exagerada ante situações, objetos, animais ou lugares.

Fazendo a junção das duas palavras teremos algo deste tipo: Aversão pelo semelhante (igual). Logo, verificamos a falta de sentido, pois não é essa a realidade. Então, no que tange ao termo, já temos problemas.

O grande problema é que, o texto do Projeto de Lei PLC 122/2006 visa criminalizar todo aquele que expresse ser contrário a homossexualidade e, desta forma, fecha a boca de todo cidadão. Se a PLC 122/2006 for aprovada, qualquer outra classe terá o direito de também exigir leis do mesmo naipe, tal como: evangelicofobia (aversão aos evangélicos), igualmente, todo aquele que fizer qualquer crítica a este grupo constitui-se crime. Além deste, vejamos outros, por exemplo: Politicofobia, agiotafobia, jogadorfobia, torcidafobia, juizdefutebolfobia, advogadofobia, pastorfobia,... É bizarro não? Claro que sim! Todavia, é exatamente isso que querem fazer com esta lei, ou seja, privilegiar determinada classe (grupo) de pessoas. No fim das contas, se continuar desta maneira, chegaremos em um ponto da história que não poderemos mais abrir a boca; não haverá ciência, pois o autor da teoria refutada acusará o "oponente" de discriminação. Destarte, percebemos como é fútil pensar de tal modo.

Reiteramos que em HIPÓTESE ALGUMA apoiamos a violência contra pessoas que escolheram o homossexualismo. Nosso ponto é a discordância para com suas práticas, exercendo, desta maneira, nossa liberdade de expressão tal como qualquer cidadão poderia externar algum desacordo concernente a qualquer área da igreja evangélica. No entanto, não seria por isso que nos sentiríamos mortalmente ofendidos a ponto de afirmar que tal pessoa tem ódio da igreja ou do quesito em questão.

Percebemos que tal idéia caminha na contra-mão da liberdade e, corrobora com a discriminação. A PLC 122/2006 tenciona fechar a boca daqueles que pregam o evangelho e, estão querendo nos dizer que isto é a verdadeira liberdade? Não podemos concordar. Como pregaríamos textos da envergadura de Levítico 18.22; Romanos 1.24-27; 1 Coríntios 6:9-11? Estaríamos proibidos! Portanto, jamais podemos conceber que nossa liberdade seja extirpada.

Assim sendo, declaramos nosso apoio ao reverendo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da universidade Mackenzie, por entender que o seu ato foi pura liberdade de expressão à qual é defendida por nossa constituição.

Valker Neves
Pr. da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil

Projeto EvangelizAção

“Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que seus pecados possam ser cancelados, a fim de que tempos de refrigério possam vir da presença do Senhor” (At. 3:19-20a).

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

URGENTE!!!


Foto: pastor e chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie Augustus Nicodemus Lopes desencadea nova polêmica sobre homossexualidade e homofobia. Grupos LGBT organizam protestos em frente á instituição.


Por Leonardo Goncalves

[Leia também: Universidade Mackenzie: Em defesa da liberdade de expressão religiosa]


Esta semana o debate sobre o tema da homossexualidade voltou a ser pautado pela mídia impressa, televisiva e virtual. Um verdadeiro turbilhão de comentários criticando o pronunciamento do doutor Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Em seu artigo, Augustus critica o Projeto de Lei 122/06, que pretende criminalizar certas atitudes e opiniões com respeito aos homossexuais. Segundo o reverendo presbiteriano, a lei “parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica (...) uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos”. Curioso é o fato de que o artigo foi redigido e publicado pela primeira vez em 2007, mas só agora os grupos LGBT se sentiram incomodados por seu conteúdo.

Alguns minutos depois da publicação do texto no site da Mackenzie, uma onda de protestos se levantou entre as redes sociais. A comunidade Gay, bem como simpatizantes do movimento, consideraram o artigo preconceituoso, e a pressão foi tão grande que a Mackenzie foi forçada a retirar o artigo do ar e emitir uma breve nota de esclarecimento. Não há na nota um pedido de desculpas oficial, mas sim uma defesa da liberdade de opinião, afirmando em outras palavras, que tanto gays quanto heterossexuais, bem como representantes de diversas opiniões e credos tem amplo direito de se expressar:

“O Mackenzie se posiciona contra qualquer tipo de violência e descriminação feitas ao ser humano, como também se posiciona contra qualquer tentativa de se tolher a liberdade de consciência e de expressão garantidas pela Constituição"


Insatisfeitos com a retirada do texto polêmico, ativistas LGBT marcaram um protesto em frente à sede do Mackenzie em São Paulo, que deve acontecer no próximo dia 24. Poucas horas depois do convite feito no Facebook, mais de 1900 pessoas confirmaram presença.

Se por um lado a liderança homossexual começa a se articular, por outro lado os evangélicos continuam fazendo pronunciamentos, muitos dos quais são bastante veementes. O ativista pró-familia Julio Severo criticou a postura tomada pelo movimento gay: “os homofascistas nunca trocariam o Mackenzie por uma mesquita como alvo de suas reais manifestações de ódio. Eles tremeriam de medo só de pensar em fazer um protesto na frente da Embaixada do Irã, país que tradicionalmente mata homossexuais!”. Segundo Julio, os homossexuais se aproveitam da passividade dos cristãos.

O pastor Renato Vargens, líder da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, antecipou a série de eventos recordando momentos históricos em que a perseguição aos evangélicos foi mais intensa. Sobre o PLC 122/06, ele declara: “Os cristãos evangélicos correm o risco de sofrerem novas perseguições substanciais em virtude do projeto de lei 122 que tramita na Congresso Nacional que se aprovado irá criminalizar àqueles que manifestam suas opiniões religiosas contrárias ao casamento gay”. Ele também diz que “a fé protestante não defende a homofobia. Na verdade, nós cristãos-evangélicos somos contrários a todo tipo de violência física (…) Todavia, acreditamos também que possuímos o direito irrevogável e constitucional de expor publicamente nossa fé conforme claramente afirma a nossa carta magna”

Fonte: http://www.pulpitocristao.com/2010/11/mackenzie-e-homofobia-verdade-por.html

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Paipóstolo? Essa não!

Postado por Augustus Nicodemus Lopes

Eu sabia que ando meio desatualizado, mas não sabia que era tanto assim. Fui tomado de surpresa quando na sala de aula, após criticar a voracidade com que líderes evangélicos se auto-atribuem títulos cada vez mais elevados (pastor, bispo, apóstolo, nesta seqüência), um aluno disse que já existe "paipóstolo", o pai dos apóstolos. Não acreditei. Tive que ir à Internet e fazer uma pesquisa. Lá de Manaus, eis que surge o "paipóstolo"!

É tão rídículo que por uns instantes fiquei atordoado. E mesmo que o tema nem valha uma reflexão séria, e mesmo que outros na Internet já expressaram total repúdio, achei que devia dizer alguma coisa. Primeiro, paipóstolo não faz o menor sentido. Se a intenção era querer dizer "pai dos apóstolos", furou. Pois pai+póstolo não significa nada. "Póstolo" é o quê? A palavra grega, da qual se origina apóstolos, é apostolos. Não é postolos. Começa por aqui.

Depois, não acho que este tipo de coisa é o resultado de megalomania ou soberba. Não, acho que existem motivos mais rasteiros. No fim, acho que é dinheiro mesmo. Pois o paipóstolo logo em seguida lançou a campanha da unção dos nobres, que lhe renderá milhões. Neste jogo, ganha quem for maior, mais elevado e tiver mais poder. E quem é acima de um paipóstolo? (por enquanto, ninguém, mas quem viver, verá).

Só falta aparecer uma "mãepóstola". E o pior, é que já apareceu mesmo, a esposa do referido paipóstolo.

O Senhor Jesus disse que não deveríamos ser chamados de mestres dos homens, pois um só é nosso Mestre, o Cristo. Com isto ele estava proibindo a arrogância e o desejo de dominar sobre os outros. O autor de Hebreus, ao comentar sobre o sacerdócio, diz que ninguém toma para si mesmo essa honra, senão aquele que é chamado por Deus (Hb 5:4). Quando me senti chamado ao ministério, mesmo que soubesse que era uma boa aspiração (1Tm 3.1), relutei por um tempo, considerando a grandeza da honra e da responsabilidade. Todos os profetas do Antigo Testamento, quando chamados por Deus, tremeram diante da responsabilidade da função. Moisés, a mesma coisa. Quando vejo líderes evangélicos subindo vorazmente numa escalada de títulos que eles mesmos inventaram, não vejo ai o Espírito de Deus, mas o espírito deste mundo, o anticristo, que mediante falsos profetas engana as multidões.

E o pior de tudo é a falta de discernimento do povo, que segue após tais pessoas... estava certo quem disse que os evangélicos no Brasil têm a alma católica, que anseia por um papa.

"Eles são do mundo. Por isto o mundo os ouve" (1Jo 4:5).

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com/2005/12/paipstolo-essa-no.html

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Loucura do Evangelho ou as Loucuras dos Evangélicos?

O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios que a palavra da cruz é loucura para a mente carnal e natural, para aqueles que estão perecendo (1Co 1:18, 21, 23; 2.14; 3.19). Ele mesmo foi chamado de louco por Festo quando lhe anunciava esta palavra (Atos 26.24). Pouco antes, ao passar por Atenas, havia sido motivo de escárnio dos filósofos epicureus e estóicos por lhes anunciar a cruz e a ressurreição (Atos 17:18-32). O Evangelho sempre parecerá loucura para o homem não regenerado. Todavia, não há de que nos envergonharmos se formos considerados loucos por anunciar a cruz e a ressurreição. Como Pedro escreveu, se formos sofrer, que seja por sermos cristãos e não como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outros (1Pedro 4.15-16).

Nesta mesma linha, na carta que escreveu aos coríntios, o apóstolo Paulo, a certa altura, pede que eles evitem parecer loucos: "Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos?" (1Co 14:23). Ou seja, o apóstolo não queria que os cristãos dessem ao mundo motivos para que nos chamem de loucos a não ser a pregação da cruz.

Infelizmente os evangélicos - ou uma parte deles - não deu ouvidos às palavras de Paulo, de que é válido tentarmos não parecer loucos. Existe no meio evangélico tanta insensatez, falta de sabedoria, superstição, coisas ridículas, que acabamos dando aos inimigos de Cristo um pau para nos baterem. Somos ridicularizados, desprezados, nos tornamos motivo de escárnio, não por que pregamos a Cristo, e este, crucificado, mas pelas sandices, tolices, bobagens, todas feitas em nome de Jesus Cristo.

O que vocês acham que o mundo pensa de uma visão onde galinhas falam em línguas e um galo interpreta falando em nome de Deus, trazendo uma revelação profética a um pastor? Podemos dizer que o ridículo que isto provoca é resultado da pregação da cruz? Ou ainda, o pastor pião, que depois de falar línguas e profetizar rodopia como resultado da unção de Deus? (foto) Ou ainda, a "unção do leão" supostamente recebida da parte de Deus durante show gospel, que faz a pessoa andar de quatro como um animal no palco?

Eu sei que vão argumentar que Deus falou através da burra de Balaão, e que pode falar através de galináceos ungidos. Mas, a diferença é que a burra falou mesmo. Ninguém teve uma visão em que ela falava. E deve ter falado na língua de Balaão, e não em línguas estranhas. Naquela época faltavam profetas - Deus só tinha uma burra para repreender o mercenário Balaão. Eu não teria problemas se um galinheiro inteiro falasse português na falta de homens e mulheres de Deus nesta nação. Mas não me parece que este é o caso.

Sei que Deus mandou profetas andarem nus e profetizarem e fazerem coisas estranhas como esconder cintos de couro para apodrecerem. E ainda mandou outros comerem mel silvestre e gafanhotos e se vestirem de peles de animais. Tudo isto fazia sentido naquela época, onde a revelação escrita, a Bíblia, não estava pronta, e onde estes profetas eram os instrumentos de Deus para sua revelação especial e infalível. Não vejo qualquer semelhança entre o pastor pião, a pastora leoa e o profeta Isaías, que andou nu e descalço por três anos como símbolo do que Deus haveria de fazer ao Egito e à Etiópia (Is 20:2-4).

Eu sei que o mundo sempre vai zombar dos crentes, mas que esta zombaria, como queria Paulo, seja o resultado da pregação da cruz, da proclamação das verdades do Evangelho, e não o fruto de nossa própria insensatez.

Eu não me envergonho da loucura do Evangelho, mas das loucuras de alguns que se chamam de evangélicos.

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com/2009/10/loucura-do-evangelho-ou-as-loucuras-dos.html